SHAUARA DAVID
O poema tem seu nome.
Água se choca com a rocha
na beira do mar,
durante a maré.
Som da chuva entra na sala.
Deuses dançam entre um pingo d'água
e outro.
O poema tem, sim, teu nome.
E o nome que tens é chuva,
é líquida frágua,
tempo,
um oitavo do infinito.
O poema é o teu nome.
É a tarde que se expande
como uma cortina sobre
o extenso campo.
Na embalagem do dia,
nobres libélulas encontram
a parede do fim.
Teu nome é, enfim,
um verso aquático.
Gostei de ouví-lo.
Falá-lo me fez bem.
Teu nome é verso.
E em ti aparece
a poesia.