SHAUARA DAVID

O poema tem seu nome.

Água se choca com a rocha

na beira do mar,

durante a maré.

Som da chuva entra na sala.

Deuses dançam entre um pingo d'água

e outro.

O poema tem, sim, teu nome.

E o nome que tens é chuva,

é líquida frágua,

tempo,

um oitavo do infinito.

O poema é o teu nome.

É a tarde que se expande

como uma cortina sobre

o extenso campo.

Na embalagem do dia,

nobres libélulas encontram

a parede do fim.

Teu nome é, enfim,

um verso aquático.

Gostei de ouví-lo.

Falá-lo me fez bem.

Teu nome é verso.

E em ti aparece

a poesia.

Wanda Maia
Enviado por Wanda Maia em 22/06/2011
Código do texto: T3050500