Hoje fiquei triste, sei que vou morrer
Deus queira tarde esse dia
Meu nome aparecerá nas certidões
 De nascimento dos meus netos,
E sempre na boca dos meus filhos
 
Não terei lápide, eu não quero!
Serei pó!, o mesmo fogo que me queimava viva
Há de queimar-me e dar-me nova estrada.
 
Não quero homenagens póstumas
Quero a mesma emoção renascida
Nas palavras que deixarei esquecidas
Num volume empoeirado da estante
 
E bem distante de tristeza
Eu quero a mesa farta e um samba
Talvez o pranto do poeta
Há de ser este o louvor cantado
Em minha lembrança
 
E os meus, abraçados lado a lado
Talvez embriagados recordem
Que amei e odiei com exageros
Minha marca registrada.
 
E no momento que a lágrima rolar
Na face dos amados da minha alma
Que seja como uma poesia derramada
A fazer de minhas cinzas novamente barro
E eu renasça !  
 
Cristhina Rangel.
 

 
   
Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 21/06/2011
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