Homens e Poetas
-Diga, poeta, por que
insiste dizer-te diferente?
Acaso pensas que és mais gente?
Por que ages frente ao mundo
nesse acreditar constante,
se o que desta vida, o que vale mesmo,
é o aqui, é o palpável, é o agora?
O que importa poeta,
se no fim, todo mundo bate de frente,
desespera, se agride, depois chora?
O que te importa, poeta?
Pensas que agindo assim
com este teu jeito tolo,
acreditas mesmo que alguém
prestará atenção em ti?
Alguém um dia sequer te ouvirá?
Acreditas mesmo nisso?
Nada muda, nada resta, nada importa.
Nada falas? Diga alguma coisa!
- Espera, por favor, depois nos falamos,
deixe-me ajudar aquela criança,
na difícil tentativa de alcançar aquela flor!