O ódio de se gostar

Recluso à minha vida

Rolando na cama com meus sonhos

Só penso em cessar, parar, inanimar.

E sei que peço apenas para te ouvir gritar..

Preciso te ouvir falar

Algo que me faça te odiar..

Que faça meu peito sangrar

Forte o suficiente pra exorcisar

Qualquer sentimento em mim, ainda vivo por ti

Amortece meus sentidos

Faz meu mundo desabar

Me diga o que fazer..

Pra deixar de gostar.

E Nessa batida toda torta..

Descompassada..

Toda errada..

Meu coração continua a bater

E nesse grito tão louco..

E tão rouco..

Sem força ou direção

No vazio, teu nome ainda chamo...

E nessa escuridão tão profunda

Que criei dentro de mim mesmo

Ainda que sem querer, te procuro

E procuro ainda um motivo para existir.

E ainda navego no mar da loucura

Doendo e ardendo

Rastejando, depois correndo

Chorando, e aos poucos morrendo

Dentro de ti...

E dentro de mim..

Até que em mim só exista o pó

Numa casca vazia e sem cor.

Resquícios de alguém que tanto procurou

E evidências de alguém, que dessa vida.

Nem ao menos um verdadeiro sorriso levou.

E o sorriso que se tinha? Se acabou!

A máscara, tão minha, enfim se quebrou...

Resta apenas a carne, crua, quente, vermelha, e que com fogo foi marcada

E na mente? Apenas o vazio

Tão mais fácil vestir tão bela máscara,

novamente forjada, em sonhos, lágrimas e suor

Do que realmente mostrar aonde, porque e o quanto dói

E Só...