POEMA DO TEMPO
Faço meus versos
Mas também tenho meus adversos
Imersos estamos, às vezes submersos
E subversivos seguimos o tato inverso
As constelações são dilatações emocionais
De nossos anversos fulcrais
O coração não bate nas costas
Quanto mais o admoestamos dentro das feridas expostas
Tanto mais o salgamos com olhos em réstias lacrimais
Escorrendo pelas encostas da saudade do que não é tangível
Matamos os outros ancestrais ora ainda vivos na catarse da catedral
Como estrelas que alimentam os buracos negros...
Já mortos nos nossos quintais da memória
Como sementes que o tempo vai germinando
Como poeira ao vento congelando sob o frio do Himalaia
Para mais tarde nos juntarmos a eles
Em crostas astrais
Silente em jejum batismal
Resta-nos a visita outonal...
A abrir os nomes sumidos
No frio do mármore sepulcral...