caldo negro

Não pode cantar essa vida ,

porque nada que é verdade bate

Nas cordas que balança ao vento pequeno,

cheio de norte, esperando na varanda

Que anda a noite: a mulher secreta,

guardada dentro de escuro, bonita e feroz

Bicho e deus no corpo nu sem vestido,

soa o dia,

soa noite, o tempo une tudo.

E ela

La parada, riso maldoso, riso que irrita, felicidade falsa.

Fingimento verdadeiro, por isso fascinante.

Vestido leve, como seu corpo, leve como sua vida,

que de verdade mesmo esconde, em seu seios

Um inferno guardado protegido que pode ser

a qualquer momento jogado num homem qualquer.

Que sera seu deus se resistir, se ser tao forte quanto ela.

Aceite dela, homem ainda cru

Despreparado pra vida

Para o desterro do amor

Que ainda está num cemiterio

Aceite dela o que há de mais ruim

Misture em você esse caldo negro

E de isso de presente a ela

Vai agradecer com seu coração

E um riso de que no mundo existe força

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 20/06/2011
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