caldo negro
Não pode cantar essa vida ,
porque nada que é verdade bate
Nas cordas que balança ao vento pequeno,
cheio de norte, esperando na varanda
Que anda a noite: a mulher secreta,
guardada dentro de escuro, bonita e feroz
Bicho e deus no corpo nu sem vestido,
soa o dia,
soa noite, o tempo une tudo.
E ela
La parada, riso maldoso, riso que irrita, felicidade falsa.
Fingimento verdadeiro, por isso fascinante.
Vestido leve, como seu corpo, leve como sua vida,
que de verdade mesmo esconde, em seu seios
Um inferno guardado protegido que pode ser
a qualquer momento jogado num homem qualquer.
Que sera seu deus se resistir, se ser tao forte quanto ela.
Aceite dela, homem ainda cru
Despreparado pra vida
Para o desterro do amor
Que ainda está num cemiterio
Aceite dela o que há de mais ruim
Misture em você esse caldo negro
E de isso de presente a ela
Vai agradecer com seu coração
E um riso de que no mundo existe força