Clausura
Um gato no telhado
um pássaro caindo,
um sorriso atrás do umbral
o tempo embaçado,
impedindo a visão do vitrô.
A melodia tristonha
dum violino ao fundo,
a alma compungida
angústia e amargor
vejo Maria, vejo João,
vejo dona Flor.
O outono escorrendo,
e do caule sinuoso
a terra entre cinzas
não encontra o ar,
e um homem entre fuligem
ajuntando gravetos...
Minha janela
continuou fechada,
minha alma deprimida.