O risco do amor
Não existe arte mais perigosa
Do que a turbulenta arte de amar.
Se num céu a alma amante se eleva formosa,
Nuvens pesadas e temporais se formam no ar...
Alguns loucos ou ingênuos, refreiam
Seus impulsos de entrega e exigem garantias:
“Não quero mais me machucar!” Gritam.
E sem dor, mas sem amor, passam os seus dias!
Loucura pura! Esses olhos, esse corpo, por quem
Me estremece o peito e me aperta o coração,
Não pediu para ser amado! E talvez por alguém,
Também anseie de desejo e de paixão!
E depois... Por mais que um turbilhão qualquer
Me arraste para a paixão que o peito reclama,
Nunca há certezas, pois não se ama a quem se quer,
Mas simplesmente a quem se ama!
Se amo, só me resta amar. E pedir a Deus
Que ela também me ame. Se não, funda mágoa,
Sem que ela tenha culpa, transformará os olhos meus
Em duas tristes poças d’água!...
Antonio Maria, São Luís – MA, 29/11/2006