Meu Eu que você desconhece
Eu sou o depoimento
que você ousou fazer,
lacuna no tempo perdido
e mesmo sofrido,
divago ao saber,
sou eras, sem eira
feitiço mal feito,
fronteiriço sem fronteira,
e digo o que sinto,
o que há pra fazer
não quero dizer,
pressinto.
Sou a duna que o vento
insiste juntar,
sou o caos sem explicação,
sou côncavo sem convexo,
até sem existir, sou nexo,
sou aquele que você
inda nem viu, sou o equilíbrio,
do vazio que você descobrirá,
e a dúvida que há em seu sentido
na morbidez do tédio me tornei,
ainda assim, você me aplaudirá.
Eu sei.