Meu Eu que você desconhece

Eu sou o depoimento

que você ousou fazer,

lacuna no tempo perdido

e mesmo sofrido,

divago ao saber,

sou eras, sem eira

feitiço mal feito,

fronteiriço sem fronteira,

e digo o que sinto,

o que há pra fazer

não quero dizer,

pressinto.

Sou a duna que o vento

insiste juntar,

sou o caos sem explicação,

sou côncavo sem convexo,

até sem existir, sou nexo,

sou aquele que você

inda nem viu, sou o equilíbrio,

do vazio que você descobrirá,

e a dúvida que há em seu sentido

na morbidez do tédio me tornei,

ainda assim, você me aplaudirá.

Eu sei.

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 19/06/2011
Reeditado em 22/08/2015
Código do texto: T3044870
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