SUSPIROS...
APENAS SUSPIROS...

Hoje ela nem queria mais se
lembrar do passado,
porque estava enovelada apenas
em seu presente,
como se nada mais existisse
além de seu dia-a-dia.

E estava vivendo de tal maneira
apenas seu dia,
que até suspirar de vez enquando
se esquecia,
e tudo o que fazia agora lhe parecia
apenas revelia.

Então... pendurei o telefone
num futuro remoto,
pois sabia que um processo de
auto-superação
já não era mais possível neste
tempo de total libação.

Hum...e tive de reconhecer que
ela pertencia inteira
àqueles pensamentos que
escorriam
de seus amantes versos
como uma fragata
seguindo à risca seu destino
de bússola.

Então, como se estivesse na proa
dessa singrante nau
acenei para aquela linha do horizonte
indistinta,
e disse a mim mesmo: há momentos
em que a paixão
cessa....quando uma revolução dentro
de nós se processa.

Incontinente, fechei o livro todo
repleto de poemas...
E fui dormir, porque o último
poema havia sido
lido...e duas vezes relido.

Como a vida assim.

-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-
Autor: Cássio Seagull - 19-06-11 em SP
cseagull2@hotmail.com
-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-