Alfa e Ômega
Nasceste.
Tinhas então a pureza dos prados medievos,
O equilíbrio da Lua que pende sem quedar,
a vitalidade do Colosso,
a riqueza faraônica em tuas mãos cerradas.
Teu nome, envolto em brumas,
Pairava no sereno espaço,
E qual criança sorri ao ver-te.
Teus mistérios eram Caixa de Pandora,
Arca da aliança, árcade lembrança
De encantos sutis, de campos infindos,
Da flor que brotou em teus cabelos.
Sorria, e te beijava a alma,
e juro - era feliz.
E bebia sôfrego da tua fonte,
Onde jamais tive sede de ter sede.
Onde aprendi a ser gente.
Onde aprendi a morrer aos poucos.