Fogo e Água (2)(Poema 41)
Sarça crepitante de Horeb protegida de
Pés rudes e indecorosos, sarça de infinitas
Mensagens, teu fogo chama um homem
Cujos dotes e talentos estão na maturidade.
As flamas que saem recriam uma
Sacralidade inaudita, novo horizonte a
Ser precorrido por um fugitivo homicida.
Água, doce e afável, cristalina
Água do Nilo, os deuses Osíris, Ísis,
Re, Sobek flutuam sob tuas orlas.
O sol sorri e distribui seus primeiros
Dedos de cor dourada sob o azulário
marinho.
As águas vem ofertar mãos que seguram
Jarros, jarros que levarão alegria a corpos
humanos.
Sacerdotes em suas margens entoam
Belas e dignas litanias, as águas responderão
Através de novas enchentes e fertilidade.
O fogo de Horeb dobra-se e aquieta-se
Diante das águas do Nilo, margens e
Leitos que são dirigidos pela Mãe
Ísis escarnecem do fáctuo e imóvel
fogo de Horeb.
Quão tolo, mas ainda sacral é o
Fogo que crepita em Horeb, a todos maltrata,
Assusta, aniquila, afasta, uma sacralidade
De poucos em um mundo de muitos.
As mãos dos deuses fazem-se
Presente neste eterno e desconhecido
Mundo cuja porta é o Nilo.
Esplendor e horizonte nascem
Todos os dias nas plácidas e
Sagradas águas do Nilo.
Horeb, por que produzes castigo
E tormento, quando o Nilo é
Fonte infinita de tão farta
Generosidade; por que teu
Discurso é apenas a um
Homem cuja mente retrógrada já é?
Acaso podes tornar-te em tolerância
desejada?
Ainda insistes em ser apenas
Eu Sou o que Sou? Tola é a tua pretensão,
És santo apenas para ti, apenas em
Teu nobre bloco de desmedida futilidade.
A água tornar-te-à chão úmido
Sem sentido e terra fofa a ser pisada
Por pés desrespeitosos e brutos!