Vento Bom



Guardo-me porque sei meu valor,
Prefiro um baú no sótão enriquecido com o que sou
Do que jogar-me a qualquer vento
Sem alento, sem o trato que desata o nó,
Sem a valentia do guerreiro soberano
Na sua simplicidade honrada,
Derramada em sua hombridade que o faz diferente
Numa terra onde qualquer semente ufana sua vez,
Prefiro o conteúdo da árvore, sua robustez e Raiz,
O adubo a que foi trabalhada,
O fruto adoçado na sabedoria muito além,
Não aplaudo qualquer rima e nem rimo por vintém,
Amo o vento que constrói,
O laço tirado do nó,
A força que tem o simples mesmo sabendo ele que é pó,
O que me atrai é o eterno,
O aqui e agora pouco observo,
Ganho tempo observando o bom fruto,
Sei que não pertenço a esse mundo
Sou poeira no tempo que o bom vento a contento levará,
Para onde?
Onde o Bom Vento nunca deixa de soprar.
Teônia Soares
Enviado por Teônia Soares em 19/06/2011
Reeditado em 13/06/2021
Código do texto: T3043665
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