Urgência...

Mergulhou nas profundezas das almas tristes.

Nada mais restava a não ser um arrastar penoso nos lamaçais das dores que permeavam os seres perdidos.

Nos rápidos movimentos que fizera para emergir, viveu momentos sublimes.

Jamais foram absorvidos com tanto vigor e plenitude as pequenas alegrias do cotidiano.

Eis que um sorriso infantil era luz.

As flores, bálsamo para um cansaço irremediável.

Um abraço, oportunidade de comungar esperanças e sonhos.

Aprendeu a valorizar o minuto, o segundo, porque era o palpável, era a vida.

O restante? Era o imponderável poder que o atraía novamente para as trevas.

Ainda assim, a pulsão para a plenitude venceu mais uma vez.

Emergiu.

Era a vida chamando.

Era urgente retornar.

Era urgente retomar.

Era urgente amar e ser feliz.

Jeanne Geyer
Enviado por Jeanne Geyer em 18/06/2011
Reeditado em 02/01/2021
Código do texto: T3043268
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