VESTÍGIO

Naqueles tempos dos meus sonhos belos,

eu cavalgava os alazões dourados

das inocências, ilusões e anelos

das jovens auras, corações alados.

Naqueles tempos dos meus planos guapos,

eu flutuava nos rincões serenos

do meu futuro, verso em guardanapos

lançado aos ventos de frescores plenos.

Acreditava, sim, que um dia a fúria

do nosso mundo em socos de penúria,

aguasse o chão da flor delicadeza.

Pouco ficou daquele tempo onírico,

mas meu vestígio bom de dote lírico

verseja n'alma um resto de pureza.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 18/06/2011
Código do texto: T3042067
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