Sobre Rios e Ruas
I.
Há tempos tenho andado
por estas ruas irregulares.
Há tempos tenho s´ngrado as
vagas (visões) dessa cidade.
Orvalhado pelas moedas
escorren´do fundo dos bolsos
diretamente às lágrimas
borrifadas nos pára-brisas
dos relógios. A rodar
no asfalto profundo:
noite infinita – geografia
distendida de constelações
entre os dedos: a memória
pelo pulso esquivo
penosamente arrastada
contra as quinas crepusculares
de nossos esguios contornos.
Entrincheirando-se na voz:
da rotina o relevo a passos
pelos olhares marolando os
círculos: suas divisas
máximas. Onde o silêncio se faz boca,
onde as bocas, de água, se fazem
respiração; é o dorso
no que os grãos d´luz amarelados
sedimentam
o punho que tomba
– profundo – correndo
os meus olhos
abismo adentro
escorrendo, o tempo:
emparedado nas miragens
q´vão quebrando
pelas formas
devorando
tudo.