Infância Latente
Valete dos Anjos
O tempo em meio às bananeiras,
o curral de tabuas tortas.
O chiqueiro e o galinheiro
o odor do tempo...
No meio dos pastos, vacas ruminam,
o cheiro exala pelo ar,
tendo aroma adocicado e misturado
com o suave cheiro de esterco viajar.
Naqueles campos queimados,
cinzas voam, ao balanço do ar,
a égua branca destaca,
em seu lugar...
Os vira-latas latem descompassados,
ao som das galinhas poedeiras.
A bica de água gelada,
lembrança da minha infância pelada.
O fogão à lenha que estrala ao calor do fogo.
Fogo ardente faz recordar!
Naquela baixada de córrego,
o frio e a noite vem encontrar.
Tendo aquele casebre,
na cal da lembrança, janelas verdes e frestas
traz-me esperança.
Assim foi feito a criança,
em um sítio lindo a saudade é a minha aliança.