Infância Latente

Valete dos Anjos

O tempo em meio às bananeiras,

o curral de tabuas tortas.

O chiqueiro e o galinheiro

o odor do tempo...

No meio dos pastos, vacas ruminam,

o cheiro exala pelo ar,

tendo aroma adocicado e misturado

com o suave cheiro de esterco viajar.

Naqueles campos queimados,

cinzas voam, ao balanço do ar,

a égua branca destaca,

em seu lugar...

Os vira-latas latem descompassados,

ao som das galinhas poedeiras.

A bica de água gelada,

lembrança da minha infância pelada.

O fogão à lenha que estrala ao calor do fogo.

Fogo ardente faz recordar!

Naquela baixada de córrego,

o frio e a noite vem encontrar.

Tendo aquele casebre,

na cal da lembrança, janelas verdes e frestas

traz-me esperança.

Assim foi feito a criança,

em um sítio lindo a saudade é a minha aliança.

Italo Gouveia
Enviado por Italo Gouveia em 17/06/2011
Reeditado em 05/12/2011
Código do texto: T3040324
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