Alma
Nas profundezas das horas, descansa uma alma
puramente sentada por sobre a matéria oculta aos olhos desatentos,
gozando do ambiente belamente o ar colorido em desejos ainda
irrealizados,
os quais bordam a paisagem entrelaçandos
em sonhos de
desconhecidos
transformando a lei da realidade em mentira perante os semblantes
sorridentes
ao encontrar-se
em sonhos coincidentes às suas vontades, guardando
intimamente a si
suas emoções mais profundas, dentro do bolso da memória,
fins, começos, reinícios não atrapalham-lhe
mais
e a alma desorientada sem nada a ter com a realidade
foge dos sentimentos carnais e sai em busca do lápis
que haveria esquecido pendurado na margem do poema
que estava a flutuar por sobre as linhas de uma memória esquecida....