Currente calamo
Corre-me nas veias
Esse amor barato
Que me come o fígado
Retrocede ao nato
Reduz-me a pó.
Quero sangue novo
Que pulsa oxigênio
Vela-me palavras
Lava meu silêncio
Estanca minha vontade.
Meu corpo não é porto
É rio que corre
Borbulha cachoeiras
Segreda torre
Morre no mar.
Sou ampulheta
Que de grão em grão
Escorro meu sentir
Amparo com a mão
E sopro nas asas do vento.
Ah..Como eu queria
Um coração curado
Que só versa amor
Totalmente selado
A prova de dor.
Mas essa vontade
Só risca minhas palavras
Arisca um novo sorriso
Acalenta minha lavra
Sonha meu sonho.
Sangro fios de dores
Que costuram meu poema
Com nós e ponto final
Ativando o sistema
Que move meu moinho.
Rejeito, não quero
Esse sentir torpe
Quero refazer meus versos
Resgatar meu orbe
Lacrimejar só mel.
®IatamyraRocha