A besta-fera e o rio

Um rio passava aqui

que secou e eu nem vi.

Voavam araras nas margens,

azuis as suas plumagens.

Muito peixe nadava

nas águas claras do rio.

Os bichos vinham beber

fizesse calor ou frio.

Em volta árvores grandes

e terra fértil no chão.

Ali a vida brotava

e o rio a alimentava.

Mas tinha uma besta-fera

que todo dia ela vinha.

Sujava a água dos peixes,

matava tudo que via.

E quando ela ia embora

os restos da sua imundície

jogava todos no rio

como quem nunca o visse

quem nunca dele bebesse

do rio não se servisse.

As águas foram sentindo,

a fera se de divertindo

e a natureza sofrendo...

O rio acabou morrendo.

O bando de araras sumiu

depois que o rio secou.

As árvores morreram

de seco que o chão ficou.

E nunca mais foram vistos

os peixes e os outros bichos.

O ar, que era tão puro,

tornou-se fumaça escura.

Presságio de pouca sorte,

quem olha a cara do rio,

repara a face da morte.

A fera também sumiu

ela não vem mais aqui.

Partiu para encontrar

algo mais pra destruir.

Mas quando não sobrar nada,

é disso que ela se esquece,

rio, animal, nem floresta,

a fera desaparece!

Um rio passava aqui

que secou e eu nem vi.

Jane Simões
Enviado por Jane Simões em 15/06/2011
Reeditado em 29/06/2011
Código do texto: T3037421
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