Memórias
e lá vem da vida um tempo
fantasias da manhã dos anos
nuvens da existência
visões que vão sumir um dia
brilhando nas ruínas da saudade
e lá se vai o ardor antigo
do breve delírio vermelho
dos enganos vadios
que outrora entranharam
e lá se vai também a melodia
nestas sombrias terras
nas ventanias agora roucas
tentando erguer o pensamento
na solidão serena
e vão as tardes desfolhando
nos olhos que se desdobram
firmando lúcidos caminhos
guardando memórias
da alma que roubava luzes
e acendia estrelas...
28/11/06