A poesia nada fala e a palavra tudo cala
Exala um cheiro forte de esquecimento
Olhares desatentos perdem-se em desatino
Embala este cadáver poema numa vala
Resvala o fim de qualquer sentimento
Um sofrimento vem sem avisar o destino
 
E em mim tudo o que grita não é ouvido
Despercebido um poema cativo ainda clama
Há, dentre todos, um verso nunca proferido
Esquecido no oco da alma que ainda ama
E em plena poesia nenhum amor faz sentido
Nem o grito contido que por teu nome chama
 
A poesia arde no peito de quem já tem morrido
Um poema imperfeito morre no peito de quem ama
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 14/06/2011
Reeditado em 19/05/2021
Código do texto: T3034450
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