ASSIM É
ASSIM É
É cedo, estou com frio o outono acabou aproveito o momento
para folhear um livro...
Ouço o piar de um passarinho na gaiola enfeitada do vizinho e
um rumor ao fundo: é o trânsito que começa, o relógio com
o rodopiar da maquininha me faz alerta.
O Sol ainda não chegou até aqui, eu o vejo no topo dos edifícios
com seus raios claros ofuscantes, neste frio só de olhar me faz
bem.
Um telefone toca ao longe e estridente a sonoridade chega até
Aqui.
Agora escrevo que me vem na alma acompanhada dos barulhos
no eflúvio do dia iniciante.
Gostaria de escrever uma poesia écloga mas estou na cidade o
ebriático do movimento me põe tento e escrevo de tudo aqui.
A nova estação chegou, os casacos velhos também, no vai vem
quem sabe eu possa comprar um novo para aquecer meu corpo
que não para.
Trabalho, leio, escrevo, faço companhia, recebo visitas, saio
pouco.
Perco meus pensamentos nos desenhos do tapete que me enleva
e me leva para distante.