A MULHER QUE NÃO CONHEÇO 
( O Local )


A mulher que eu nunca vi
É aquela que me lê. 

Pode ser também que ela
Nunca tenha visto a mim.
Mas a vida é assim:
Seja a minha, seja a dela,
Há um dia em que se crê
Que se quer estar aqui.

E hoje nós dois estamos
Nesse “aqui” do papel,
Tendo escrito o que escrevi,
Sempre nele vou estar.
E assim como foi dito,
Seus límpidos olhos repousam
Por onde minhas mãos passaram.

E seus sentimentos se soltam
No romantismo sem corpo,
Do carinho em seu pescoço.

São falsas as mãos que o envolvem...

Sua beleza não se vê,
Você tem a beleza
De quem entende o que lê,

A minha beleza não há,
Pois só ponho no papel
O que nele deveria estar...


José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 27/11/2006
Código do texto: T303309
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