Andando pelas vias da cidade
Ando pelas vias desta cidade
vejo tantos estilos
caras e jeitos diferentes
pessoas atuantes e gente esquecida
pobres sem esperança
trabalhadores apressados
jovens estudantes desenhando seu futuro
vejo rapazes usando drogas
enturmados sorriem infelizes
vejo alguns puros em rezas
gente com cruz no peito
uns dizem ser católicos
outros se converteram e mudaram as vestes
deixaram as cruzes
vejo mulheres gordas
encontro sujos e famintos
desesperados e com rostos tristes
não tem médicos, remediam com raízes
vestem-se mal e andam descalços
carregam meninos e olham os dos vizinhos
pelo horário que ando
vejo que muitos deveriam estar trabalhando
mas existem muitos estilos de vida
e várias maneiras de se viver
enquanto os muitos ricos se oprimem
os políticos despacham papeis
os garis varrem
nascem meninos e meninas
outras engravidam
algumas embalam
pelas ruas os guris gastam energia de tanto correr
e os preguiçosos perdem o tempo
gastam-se água e assistem TV
lavam-se roupa e cuidam da casa
constroem-se muitas casas e fazem remendos
uns coitados traem e mentem
alguns trabalhadores vivem o marasmo
os repórteres procuram matérias
pássaros cantam, presos na gaiola
o dia passa, as horas acontecem
as pessoas vivem
são diferentes umas das outras
pessoas surrupiam
policias as procuram e prendem
drogas são passadas
ambulância soa um barulho
correm pra valer, vão salvar vidas
as balas matam mais que os doces
com tantas faculdades
outros tantos enchem as salas
requerem professores e alguns trabalhadores
o dinheiro muda a rotina de muitos
não deveriam correr tanto
não chegam a lugar nenhum
deveriam estar confessando
poucos fazem penitência
estão suando pelo peso adquirido
as pessoas se atormentam
vivem de forma diferente
são várias classes
calmas e aposentadas
todas tem chance de viver
valem mais que as aves do Céu
mais valiosas que e os lírios do campo
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