O INSTRUMENTO
Tanto tanto
Que se entoam cânticos
Hinos
Salmos
Mantras
Dentro
De sua mágica gruta
De madeira esculpida
Parece
Que a melodia
De todas as almas
Ali se encontram
Latentes
Dormentes
Na câmara sonora
Reverberatória
Ali ecoam
Acordes
Que acordam
Com um toque
Das vibrantes
Cordas
Retesadas
Ansiosas
O som
Liberta-se do oco
Do escuro vácuo
E voa ligeiro
Como vento de janeiro
Como a águia
Como a flecha
Do cupido
E o homem
Divino
Encontra-se
E se funde
Com a música
Que toca silenciosa
Infinitamente
Em todo o universo
Que chora e ri
Grita e chama
Dentro de cada átomo
De cada célula viva
Tanto tanto
Que tudo se cala
Quando fala
O violão