O INSTRUMENTO

Tanto tanto

Que se entoam cânticos

Hinos

Salmos

Mantras

Dentro

De sua mágica gruta

De madeira esculpida

Parece

Que a melodia

De todas as almas

Ali se encontram

Latentes

Dormentes

Na câmara sonora

Reverberatória

Ali ecoam

Acordes

Que acordam

Com um toque

Das vibrantes

Cordas

Retesadas

Ansiosas

O som

Liberta-se do oco

Do escuro vácuo

E voa ligeiro

Como vento de janeiro

Como a águia

Como a flecha

Do cupido

E o homem

Divino

Encontra-se

E se funde

Com a música

Que toca silenciosa

Infinitamente

Em todo o universo

Que chora e ri

Grita e chama

Dentro de cada átomo

De cada célula viva

Tanto tanto

Que tudo se cala

Quando fala

O violão

Sigmar Montemor
Enviado por Sigmar Montemor em 13/06/2011
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