A melancolia invade o conflito interno

Vacinem-me, por favor,

com uma gota...

de ácido...

Vacinem meus olhos contra o poder dos olhos dele,

vacinem meu pensamento contra o amor,

vacinem-me, por favor...

com agulhas envenenadas,

veneno letal,

nesse alma de sal.

Anestesia, talvez...

por que não?

Umas várias,

para adormecer minha alma,

se é que ela ainda vive.

Não me falem palavra alguma,

não instiguem meu suicídio,

inevitável...

Não ouçam o que eu disser,

provavelmente será horrível,

uma carta de despedida,

um suspiro terrível,

e um sonho insuportável,

que somente me fala dele.

Eu não quero... eu não quero.

De agora em diante

não tenho mais, porém, controle sobre mim;

portanto não me ouçam,

não se importem,

não se lembrem de mim...

Sou um vulto...

uma sombra perversa

agindo sobre mim mesma,

envolvendo-me com o manto da morte,

infeliz, desolada com a situação

que se passa sob meus pés.

Não me julgue. Não me entenda.

Só ele pode entrar nesse mundo de trevas...

e reconstituir a luz que a vida me levou...

amaldiçoar essa melancolia.