(((((:::::MAR AO MEIO-DIA:::::))))))

Tempestades sem vento, mar sem ondas,

pássaros presos são douradas feras adormecidas,

inquietas feras que me cortam a carne

onde a luz canta no ombro duma árvore

qualquer mentira que alimenta, espelhos deste mundo,

portas do além, uma pulsação tranquila do mar ao meio-dia, um absurdo!

Neste universo que estremece, brilhante da chuva que caiu

atravessado pelo gelo invernoso das minhas fontes,

versos ditos e debruçados sobre o raro horizonte

em que saltei pelos lugares da eternidade

alheia a qualquer vontade...usando de total insanidade

rasguei o verbo, sangrei os pontos, cortei dilemas

matei as dúvidas...abortei a ignorância

abri mão de mim pra ser eu mesma

e neste instante... é que realmente te encontrei.

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 12/06/2011
Código do texto: T3029483
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