(((((:::::MAR AO MEIO-DIA:::::))))))
Tempestades sem vento, mar sem ondas,
pássaros presos são douradas feras adormecidas,
inquietas feras que me cortam a carne
onde a luz canta no ombro duma árvore
qualquer mentira que alimenta, espelhos deste mundo,
portas do além, uma pulsação tranquila do mar ao meio-dia, um absurdo!
Neste universo que estremece, brilhante da chuva que caiu
atravessado pelo gelo invernoso das minhas fontes,
versos ditos e debruçados sobre o raro horizonte
em que saltei pelos lugares da eternidade
alheia a qualquer vontade...usando de total insanidade
rasguei o verbo, sangrei os pontos, cortei dilemas
matei as dúvidas...abortei a ignorância
abri mão de mim pra ser eu mesma
e neste instante... é que realmente te encontrei.