Luz da manhã
A borracha apaga o tempo
o que minhas palavras não ousam,
faço em tinta e papel.
Dedilhar versos e tons
um tanto menores do que sou,
neste vasto mundo.
Um encontro ao ensejo.
Dos meus ouvidos surgia uma única canção,
espelhos dos seus sólidos gestos.
Espelhos.
Enigmas e desfechos inusitados.
Conheço há pouco tempo
e sei que mesmo em gestos bruscos,
têm alma vestida de ternura.
A luz abre a janela,
vê o céu,
inspira o ar da manhã.
Acende um cigarro...
2006