O poema

Orquestra silenciosa dos sons,

quando um dia vê que urge,

da tua boca grávida de dons

a sinfônica da vida ressurge.

E toma do cálice das palavras

o vinho silábico do poema:

faz dos ébrios tuas lavras

e das lutas sóbrias o teu tema.

Medita tua fronte circunspecta

no veio mais latente da palavra

na nota mais silente da palavra

irmã siamesa do corpo do poeta.