Dislexia*
atrevo-me pois já me sinto nada
o horizonte devorou-me as idéias
e o poente salgou-me a alma
numa travessia de lágrimas...
deixo-me levitar na luz esbatida
da porta semi aberta
da exuberância da semi vida...
não há sentido nas palavras
as brumas rodopiam meu corpo
sou só uma noite fria...
trago no verso um resquício de coragem
a morte ronda capiciosa o meu olhar
afasto-a com as mãos abertas
vazias da tua alegria
suadas, do nosso querer, ainda...
Karinna*