LIXO ESPACIAL

Esta doçura de tua boca

Pode ser um bem, um mal

A bênção maldita distancia

Um enfarto, uma arritmia

Um adereço de carnaval

Já sei de cor teu endereço

Fiz um sequestro em teu capital

A fé que eu tinha em deus

Um gigante amamentado por pigmeus

Virou um paraíso infernal.

Tirei as letras do teu texto

Coloquei uma caricatura no mural

Vi a morte em teu beijo cáustico

E renasci no teu funeral

Tentei colher sem semear

E encontrei só pedras no quintal

Estas coroas de flores

Sem aroma e sem sabores

São indesejadas por qualquer mortal.

Fechei portas e janelas

Pela fresta entrou o vendaval

Amei-te como ninguém

Aqui ó, meu bem

É uma lata de lixo espacial.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 09/06/2011
Código do texto: T3024908
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.