Unhas sem serventia
Falar de dor é mais fácil.
Muito mais.
As palavras saem, do nada,
Talvez expulsas... não sei bem.
Eu sou um tanto quanto dramática.
O que pra mim, é um prato cheio!
Minhas unhas sem serventia
Maltratam meu ser, que é selvagem.
Meus cabelos cheios de cor
Só tem vida nos olhos
Dos que estão mortos pra mim.
Falar de dor é fácil.
Senti-la nem tanto.
As palavras entram cortantes.
Num misto de raiva e vinho tinto,
Indo de encontro
Ao vazio já instalado em minhas entranhas.
Vão de encontro à sua imagem
Que morre em mim,
Cheia de vida