Unhas sem serventia

Falar de dor é mais fácil.

Muito mais.

As palavras saem, do nada,

Talvez expulsas... não sei bem.

Eu sou um tanto quanto dramática.

O que pra mim, é um prato cheio!

Minhas unhas sem serventia

Maltratam meu ser, que é selvagem.

Meus cabelos cheios de cor

Só tem vida nos olhos

Dos que estão mortos pra mim.

Falar de dor é fácil.

Senti-la nem tanto.

As palavras entram cortantes.

Num misto de raiva e vinho tinto,

Indo de encontro

Ao vazio já instalado em minhas entranhas.

Vão de encontro à sua imagem

Que morre em mim,

Cheia de vida

Dell de Azevedo
Enviado por Dell de Azevedo em 09/06/2011
Reeditado em 17/10/2011
Código do texto: T3024630