A ÁRDUA LUTA DA CRIAÇÃO...

Não posso dizer que sou poeta...

Faltam-me verbos e aptidão!

Mas tenho tantos vocábulos

a fervilhar na minha mente!

Não posso dizer que sou poeta...

Sou é uma carne que sangra

palavras; sou uma jura de

amor perdida no tempo!

Não posso dizer que sou poeta...

Sou os acordes belos que os

dedos tiram das cordas;

sou os elos da conexão!

Não posso dizer que sou poeta...

Sou a invisível teia da aranha

a espera da presa distraída;

sou a árdua luta da criação!

Não posso dizer que sou poeta...

Não sei adornar as elocuções,

nem tenho uma irracional

angústia presa no peito!

Não posso dizer que sou poeta...

Não me assento sereno frente

a uma virgem lauda de papel

a espera que o verso se crie!

Não posso dizer que sou poeta...

Não tenho em mim o tempo

insano dos amantes; nem

tenho sonhos de altivez!

Não posso dizer que sou poeta...

Mas a flecha do destino que

indica os escolhidos quase

que se deteve em mim!

Mas não posso dizer, embora,

que já estou poeta!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 09/06/2011
Reeditado em 09/06/2011
Código do texto: T3024592
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