Sou poeta sou mulher
Dentro de mim jorra fogo e neva
A lua inveja minhas mil fases
Já odiei por uma vida
Já amei eternamente
Sou feita de nada e tudo
Meu pouco sentir é um exagero
Meu coração é nobre e prosaico
Meus versos são quebrados e decassílabos
Sou forte sou carente
Tudo em um tempo recente
A tireóide de minha paixão
E totalmente desregrada
Já desagüei noite inteira
Esquecendo tudo ao raiar o Sol
Minha calma é avassaladora
Meu pensar é unicamente plural
Minha brandura fere
Minha rispidez acalma
Tudo porque acumulo dádivas
Sou poeta sou mulher.
Pedra Mateus