DESABAFO DA NEGA
Olhando a rua, eis que te vejo
E de lampejo tu vens assim
Entre um viés do mês de maio
Entre minhas queixar e o olhar de soslaio
Vinhas sorrindo na quebradeira de seu meneio
Chapéu do lado, embriagado e enamorado da lua inteira
E da janela fico olhando o nego safado
Vinhas do bar, da bebedeira, da outra nega.
Sabe-se lá...
“Ah se eu pudesse esquecer de tu, meu nego amado!
Nem ligaria se a madrugada chegasse nua junto de ti...
Tu gastarias tua grana toda dentro de um bar, no botequim
E eu te acharia assim jogado na praça onze
Nem ligaria e passaria dizendo assim:
Negro safado, tão desgraçado seja seu fim
Mais não me engano, o nego eu amo
Que negra sina... Pobre de mim...
(Irene Cristina dos Santos Costa – Nina Costa, 08/06/2011)