CERIMÔNIA NOTURNA

não vou modificar o mundo

as minhas lidas acabam logo ali

em tudo quanto não há o que dizer

e nos silêncios que as distâncias celebram

o destino não resolve minha andança

escreve minha história com dislexia

tropeça em todos os fevereiros

lançando seus dados sobre a mesa

encontro a felicidade no olhar fagueiro

que desejo madrugada a dentro

importando sonhos de outras sinas

crendo no desejo perseverado

e o beijo renova a festa

nas horas de frases repetidas

nas músicas dos risos sinceros

na cumplicidade da rua deserta

a noite é uma tenda iluminada

feita para o amor morar

e sem violar segredos

hospeda meus olhos e meu espírito

Luís César Padilha
Enviado por Luís César Padilha em 09/06/2011
Reeditado em 09/06/2011
Código do texto: T3023137
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