Antes da partida.
Vem amor, vou te ensinar
tudo o que aprendi nesse mundo de Deus...
O que escondi nos versos teus,
e te deposito como oferenda preservada
no coração dilatado pelo tempo que me consome os dias...
(pois que os velhos abrigam amores em demasia)
Estende tuas mãos, meu amor,
ouça o silêncio dos anjos que me guardam,
e recebe no cálice de tuas mãos,
o meu coração partido,
aberto e finalmente puro,
como árvore benfazeja,
deixa cair os frutos maduros...
São teus os frutos de minha vida...
Usa-os, pois que o amor
não tem limites...
Viverei nos sonhos teus,
e frutificarei nos versos e reversos da vida,
que escorre das tuas mãos,
junto ao sangue profano do meu coração.
Eis o Cordeiro de Deus
imolado, pelo amor purificado.