Intimismo

Deitei meus desejos na pedra dos sonhos

E deixei que a chuva lavasse esse retrato.

Na poeira íntima do meu eu amargurado

Chorei reminiscências de devaneios tristonhos.

Em alto-relevo meu sangue percorreu

As artérias congestionadas por sensações inconstantes,

No vaivém do bater cardíaco a cada instante

Fantasmas oníricos dilapidaram os sonhos meus.

Numa overdose de sensibilidade adormeci

E num rastro de ousada desventura consumi

Os ingredientes que temperam sentimentos...

Nas estradas onde os órgãos transitam

Há emoções inconscientes eivadas de parasitas

Que fecundam miasmas que adornam temperamentos!

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Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 08/06/2011
Código do texto: T3021502
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