Xeque-mate
Um passo a mais.
Não passa mais.
Conchavos cardeais
De bispos traiçoeiros...
Castelos em ruínas...
Peões mortos...
Rainhas que se engalfinham
Por manterem seus reis...
Um muito bem equipado;
O outro em risco...
Risco por todos os lados.
Um passo a mais,
Não passa mais.
Rei morto, rei posto, pensa.
O tabuleiro persa
É o palco que assiste
A mais uma vitória,
A mais uma derrota.
Quotidiários êxitos,
Quotidiários fracassos.
Por todos os flancos,
Passos curtos, espreitando...
O tabuleiro bicolor,
É o binômio da escolha
Decisiva ao destino:
Que caminho seguir?
Um passo a mais.
Não passa mais.
E a rainha se trai
E trai, no passo impensado.
O reino cai e ouve-se
Um sonoro xeque-mate!
Que é o mote
Da morte do rei.
Rei morto, rei posto.
Não tem mais passo
E não passa,
Pois virou passado.
Mais uma cena
No tabuleiro persa
Bicolor e binomial
Do destino.
(Danclads Lins de Andrade).