Xeque-mate

Um passo a mais.

Não passa mais.

Conchavos cardeais

De bispos traiçoeiros...

Castelos em ruínas...

Peões mortos...

Rainhas que se engalfinham

Por manterem seus reis...

Um muito bem equipado;

O outro em risco...

Risco por todos os lados.

Um passo a mais,

Não passa mais.

Rei morto, rei posto, pensa.

O tabuleiro persa

É o palco que assiste

A mais uma vitória,

A mais uma derrota.

Quotidiários êxitos,

Quotidiários fracassos.

Por todos os flancos,

Passos curtos, espreitando...

O tabuleiro bicolor,

É o binômio da escolha

Decisiva ao destino:

Que caminho seguir?

Um passo a mais.

Não passa mais.

E a rainha se trai

E trai, no passo impensado.

O reino cai e ouve-se

Um sonoro xeque-mate!

Que é o mote

Da morte do rei.

Rei morto, rei posto.

Não tem mais passo

E não passa,

Pois virou passado.

Mais uma cena

No tabuleiro persa

Bicolor e binomial

Do destino.

(Danclads Lins de Andrade).

Danclads
Enviado por Danclads em 08/06/2011
Reeditado em 07/08/2011
Código do texto: T3021463
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