O dia que era noite...


Então, aquele dia amanheceu...
Mas, das mãos da manhã, algo se perdeu.
E o pesado açoite
do meu destruído sonho de ti,
flagelou meu dia de sangrada noite.

Circunstante num grande e triste
olhar para o que nasce, mas não existe,
foi a saudade do que não houve que envolveu
aquele dia anoitecido de tristeza
e onde minha esperança se dissolveu.

Abrupta noite, melhor seria
se nunca tivesses sido dia!...
Sem ela - o meu sol -  morre meu chão,
e, se nele ainda é possível nascer flor,
só vinga e cresce uma que se chama solidão.



Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 07/06/2011
Reeditado em 07/06/2011
Código do texto: T3019986
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