A N T Í F O N A
Esta antífona, a estilo do nobre mestre Cruz e Sousa,
é que dará abertura e significado ao nosso livro "Grimpas do Sul".
Aguardem...
ANTÍFONA c/comentários
Nesta lenta trajetória das letras
De plúmbeos e tristes tempos marcada
De amores e alvores da madrugada
De mondéus, arapucas e das cetras
No deserto em caravanas procura
Busca pontos distantes no horizonte
Num oásis uma límpida fonte
Que jorre águas de poesia e cultura.
Estros são musas e prendas airosas;
São dores, amores e solitude;
A ecologia em seus versos esposa
quando o eu interior liberta amiúde.
Surge Grimpas do Sul, justa homenagem,
De Estados sulinos nobre xilema,
Aviva na mente e deixa mensagem
Que fala de arte e se chama poema.
Momentos já tidos, findos, antigos,
Precedem novos momentos de agora
sente o poeta o alvorecer d’aurora
dos aplausos de distantes amigos.
Ferido claudica em mares do mundo;
Novas rotas inventa; reinventa,
Come pão dormido, mas não se ausenta,
Na ânsia o saber, prazeroso, profundo.
Geme tristes fadigas solitárias,
Augustos estros de verves sagradas,
Voltam, no estulto e insosso, apagados,
Para germinar seu lindo fadário.
Afonso Martini
junho/2011
an.tí.fo.na
Substantivo feminino. Lit.
Versículo cantado pelo celebrante, antes e depois dum salmo.