(((:::::RELACIONAMENTO:::::)))

Eu aguardei com lágrimas e o vento

no fumo do cigarro o surgimento anônimo

de lábios evidentes a possuir a alma

com chamas pelo corpo e gritos silenciosos nas pupilas.

Como soluça o vento e a tua voz, amor, como se cala!

Era sempre demais o curto espaço

Que havia entre nós dois...

Hesitavas e depois,

Com um gesto de tédio e de cansaço,

Dizia ser inconveniente o meu abraço.

De repente, se vira, e vai embora!

__ Fica. Inda é tão cedo!

O vento continua e eu ponho-me a pensar

E tenho medo!

Na sombra impenetrada,

Como se agita e se debate o vento!...

Céu apagado, negro, pessimista,

E tu sempre mais longe!...

Seria esta a nossa sina?

Amar tanto, que não nos entendemos?

De muito querer, sofremos?

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 07/06/2011
Código do texto: T3018867
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