QUANDO DEIXO
o doce estado da sonolência
e torno ao mundo
vivo amanheceres duros
desajeitadas tragédias
Sinto-me acorrentada no cruel
silêncio
das soterradas pedras
que a infinita noite desenterra
Ao teu reverso vejo países estéreis
Cães que uivam, vaticínios da morte
Mãos que derrubam caminhos
e lançam-me a rolar
A violência ofusca-me
coma se fosse uma fresta
afogada na lama
Semelho uma velha de luto
resmungando rogos