LUTA CEGA
Sempre, a todo segundo estou sonhando,
Com o alvo sepulcro onde jaz o silêncio
Do meu grito que ecoa vazio em todas as direções...
Que palpita e se agita num emaranhado de sonhos
E desilusões e voa... voa matreiro no âmago noturno
Sem na sua revolução perturbar por deveras o sono alheio.
Mesmo turbilhão... tão caos geme e chora silencioso
Sem ser ouvido...
Sangue e dor maculam o alvo espaço onde a inteligibilidade
Da ciência não alcança, onde os braços do forte não podem dilacerar...
Aqui onde assaz tão é para comportar toda essa esperança
Que me consome, me dissolve, me revolve e envolve.
Varo noite afora na loucura voluptuosa que me destrói...
No êxtase sinto o frio... frio de morte que consome,
Que alucina, mas sou eternamente lírico e insisto
Na loucura que me poda o existir...
E Versos ecoam noite afora a bramir furiosamente
O pranto silencioso que o poeta chora.