LUTA CEGA

Sempre, a todo segundo estou sonhando,

Com o alvo sepulcro onde jaz o silêncio

Do meu grito que ecoa vazio em todas as direções...

Que palpita e se agita num emaranhado de sonhos

E desilusões e voa... voa matreiro no âmago noturno

Sem na sua revolução perturbar por deveras o sono alheio.

Mesmo turbilhão... tão caos geme e chora silencioso

Sem ser ouvido...

Sangue e dor maculam o alvo espaço onde a inteligibilidade

Da ciência não alcança, onde os braços do forte não podem dilacerar...

Aqui onde assaz tão é para comportar toda essa esperança

Que me consome, me dissolve, me revolve e envolve.

Varo noite afora na loucura voluptuosa que me destrói...

No êxtase sinto o frio... frio de morte que consome,

Que alucina, mas sou eternamente lírico e insisto

Na loucura que me poda o existir...

E Versos ecoam noite afora a bramir furiosamente

O pranto silencioso que o poeta chora.

Gilmar Faustino
Enviado por Gilmar Faustino em 06/06/2011
Código do texto: T3017149
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