Poesia Nunca Escrita



Uma das coisas mais difíceis
É o trabalhar com a morte do ego,
É um decidir fazer de conta que não existe
Tendo como missão mostrar o valor definitivo dessa existência,
Difícil não? Parece loucura? Mas não é.
É olhar a tudo e todos com o mesmo valor,
É ver o mato, o céu, a cor,
O animal, o abraço, o labor,
O sorriso, o contato, a correnteza do rio que canta
E sentir que tudo faz parte da igualdade de um só desejo,
Somos como folhas outonais que larga do ramo
Para traçar um caminho que com muitas voltas, esquinas,
Volta a terra, adubando, dando o melhor de si,
Fazendo até melhor que antes,
Somos assim,
Um vento que passa,
Uva passa que seca e tem melhor sabor,
Quando daqui eu me for,
Espero ter sido tão espremida que meu ego tenha fugido,
Meu espírito esteja tão quieto, manso,
Que eu voe,
Como pluma,
Como a Poesia nunca escrita,
Ela tem asas para voar,
Voar... quem irá ler voando?
Com as asas da imaginação,
Escreve no Céu o doce mel
Que ninguém pode provar aqui,
Saboreia o maior amor
Que ninguém nunca experimentou aqui.
Teônia Soares
Enviado por Teônia Soares em 06/06/2011
Reeditado em 17/06/2021
Código do texto: T3017097
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.