(((((:::::ROSA PROFUNDA:::::)))))

Fui sabendo de mim

com o mistério de serem poucos

e valerem só quando os perdia

fui ficando aquém do passo que nunca ousei

eu vi a natureza morta e soube que mentia

Que a única vingança ou o perdão: É o esquecimento.

Sou Rosa profunda que de errar, não decifrou o labirinto

Singular e plural, árduo este véu distinto,

Do tempo, que é de um só e é de todos.

Sou o que é ninguém. Um esquecimento, um eco, um nada.

imprecisos rostos mentidos nas páginas

antigas de ruídos cujas emoções são palavras

Somos a legenda mal recortada da neblina opaca

A imperfeição exata do que amanhã seremos

Um risco em que ergue-se a lâmina

Quem somos, senão o que imperfeitamente desejamos ser?

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 05/06/2011
Código do texto: T3016699
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