OS ANJOS.
Não me machucaria,
Sentir essa queda cá de cima,
Não me acometeria mal maior que o amor
Sua atroz dor,
Marcas, mazelas e feridas.
Oh, se ao menos continuássemos caindo...
E a gravidade no fogo da velocidade, verossímil,
Dizimando essas alvas plumas...
Que asas,
Levar-nos-iam de volta p’ra casa?
E se conseguíssemos concluir
Um acordo com Deus,
E fosse concedido, consentido,
A modificação dos nossos corações,
Caindo desde a aurora, noite a fora,
Tal queda não nos machucaria,
Não traria problema algum.
Aprendendo com a queda,
Com a total perda do perdão,
Ao esvanecer relapso de nossa matéria,
Oh, ha relâmpagos em nossos corações!
Eclodindo na atmosfera,
E sobre a verdade perpetuado de tudo
Aquilo que nos foi excluído.
Veja como as estrelas jazem,
E agora se partem,
Sobre a tempestade de nossos olhares!
Oh, não me dizes
Nunca conseguiremos ser felizes!
Então venha querida,
Vamos,
Sejamos nós mesmos agora,
Venha meu anjo libertar-se,
Experimentar com fervor
Estranhas novas experiências.
Não seria problema algum
Se continuássemos caindo,
Oh, se tão somente continuássemos caindo...