Boca que...

Boca que canta seus males espanta.

Boca que beija, boca que implora,

Boca que rí e também chora;

Boca que louva e abençoa,

Boca que fere e amaldiçoa.

Boca da noite, é lusco-fusco;

Não é bem claro, e nem muito escuro.

Boca dura espalha torpêdo;

E à boca pequena se conta segrêdo.

Boca santa, o que fala acontece;

Boca que ora e faz uma prece;

Cair de boca é aproveitar;

É ter uma chance de se esbaldar;

Boca suja, que coisa nojenta;

Para limpar, só com pimenta.

Calar a boca é bem sensato;

E bater boca é tempo perdido;

Pois há uma certeza de fato;

Que em boca fechada não entra mosquito;

Boca no trombone é falar o que sabe;

Cair na boca do povo, que calamidade!

É fogo que espalha pela cidade.

Madaja Dibithi
Enviado por Madaja Dibithi em 05/06/2011
Código do texto: T3015769
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