*ANOITECENDO

Sentada na areia da praia deserta
O vento corria, a onda se agitava
Grãos de areia meu rosto tocava
A mente contrita sonhava deserta

Vi tua imagem sem rosto, sem nome
Sorrindo sem face em névoas sombrias
O peito aflito em vãs utopias
Buscava um rosto um só sobrenome

O som das ondas em canto e silêncio
Domava a noite soltando gemido
E veio suave em tom comovido
Tocou meu semblante com sapiência

À noite chegando tranqüila sem véu
Abrindo os braços sem luz do luar
Fingiu que a pureza vem repousar
No sonho tormento que é só meu

Pingos da neblina roubaram emoção
As horas não alteraram o ponteiro
O sonho se afogou no nevoeiro
A imagem distorcida sumiu no clarão

Mençaõ Honrosa da Antologia Poesias Encantadas
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 05/06/2011
Reeditado em 08/11/2016
Código do texto: T3015573
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